
O uso da base é uma marca registrada no Náutico. Além do ganho técnico, a possibilidade de atrair receita instiga o clube. Nos últimos anos, principalmente por causa das dificuldades financeiras, vários garotos atuaram entre os profissionais. Como resultado, desde 2017, quatro vendas foram realizadas e um faturamento próximo a R$ 11 milhões.
O primeiro jovem a ser vendido foi o atacante Erick, destaque do Timbu em 2017. Negociado com o Braga-POR por cerca de R$ 2,8 milhões, o atleta disputou poucos jogos no país europeu. Atuou, na maioria das vezes, pela equipe B. Sem espaço, foi emprestado para o Vitória-BA e, posteriormente, ao Gil Vicente-POR. No final de 2019, retornou ao Náutico para a disputa da Série B. Irregular no início, vem crescendo no decorrer dos jogos. Tem permanência assegurada no Recife até o fim de junho, quando acaba o contrato de empréstimo.
Em 2019, o Náutico negociou três atletas. Com destino ao Red Bull Bragantino, o atacante Robinho deixou o Timbu por R$ 1 milhão. Pelo clube paulista, apenas 17 jogos. Recentemente, esteve emprestado ao CRB.
Depois, foi a vez do volante Luiz Henrique, negociado com o Moreirense-POR. À época, o negócio girou em torno de R$ 1 milhão. Sem oportunidades no time, foi emprestado ao Oliveirense-POR. No recorte da passagem pela Europa, Luiz jogou apenas 14 jogos em quase dois anos.
Na retorno ao Náutico, o jogador revelou o porquê de não ter dado certo na experiência fora do país.
“Infelizmente, não tive muitas oportunidades. Quando recebi a proposta do Náutico, fiquei muito feliz de estar retornando. Espero retomar o meu futebol.”, disse o volante de 23 anos.
O último foi o atacante Thiago, maior venda da história do Náutico. Para tirar o jogador do Recife, o Flamengo desembolsou uma quantia próxima a R$ 7 milhões. Seis meses depois, retornou ao Timbu para disputar a Série B, mas foi devolvido antes mesmo do término da competição. O jovem integra, por enquanto, a equipe sub-20 dos cariocas.
Nos moldes das negociações, pensando no futuro, o Náutico resguardou percentuais dos atletas. Detém 35% de Robinho, 20% de Luiz Henrique e 18% de Thiago.
Na semana passada, o Náutico anunciou o retorno do volante Luiz Henrique. Chama atenção o fato de que, entre os últimos quatro jogadores vendidos, três já retornaram ao Timbu. Sem espaço nos seus respectivos clubes, veem o caminho inverso como uma oportunidade de reencontrar o bom futebol.
Para o recém-chegado, o carinho que os jogadores têm pelo clube é primordial para que as negociações aconteçam.
“Isso acontece porque, quando a gente sai, a gente deixa a porta aberta no clube. Então, acho que é isso. É um clube que todos os jogadores da base gostam quando saem. Todo mundo quando sai quer voltar porque deixou a porta aberta”, revelou Luiz Henrique.
Texto: Esportes DP